quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Hoje eu fui correr e depois de dar uma volta no lago, vi a exposição do niemeyer sob a marquise. todas as obras, construídas ou não, estão lá documentadas. mas, o mais legal, foi me virar sem querer e ver a oca emoldurada pela marquise sob um céu de um dourado magnífico e o novo teatro com sua língua vermelha um pouco mais à esquerda! a obra exposta numa exposição dentro da obra que está exposta permanentemente no parque do ibirapuera! genial!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

bons clichês

sobre amigos:

"amigo você não faz. Amigo você reconhece"
Vinícius de Moraes

sobre os homens:

"não escute nada do que ele fala, mas preste atenção em tudo o que ele faz"
anônimo

diálogos não programados

sábado passado fui ver prét-à-porter 8, do centro de pesquisas teatrais do antunes. ontem fui ver o passado, do babenco, baseado no livro do alan pauls. quando saí do teatro, na semana passada, a nana me disse: o que me impressionou da última vez em que eu assisti e nessa de novo, é a tensão que os atores são capazes de produzir no espectador. e eu concordei. vc sai do primeiro ensaio com um buraco no estômago, querendo que a situação tensa se resolva de qualquer jeito, que o barbante tensionado estoure, deixando o malabarista se espatifar no chão, se for o caso, tamanha a tensão que a cena nos causa, nos deixando desesperados por uma solução, seja ela qual for. saí do filme do babenco assim. não que as coisas não se resolvam no filme, de um jeito ou de outro elas acabam se resolvendo na história, mas saí do filme muito tensa e constrangida, e por isso eu gostei, assim como nos laboratórios de pesquisa teatral do antunes, onde o objetivo é literalmente pesquisar processos de representação e ensaiar seus resultados e caminhos, o que gostei do filme foi o caminho e não o destino final. e o caminho é teeenso e extremamente constrangedor. me peguei com as mãos cobrindo o rosto algumas vezes ao longo da sessão. de resto o filme é bom, mas não é o melhor que eu já vi na vida, sabe...

domingo, 25 de novembro de 2007

Tokyo-Ga

Wim Wenders sobre o filme:

"Ozu's work does not need my praise and such a sacred treasure of the cinema could only reside in the realm of the imagination. And so, my trip to Tokyo was in no way a pilgrimage. I was curious as to whether I still could track down something from this time, whether there was still anything left of this work. Images perhaps, or even people… Or whether so much would have changed in Tokyo in the twenty years since Ozu's death that nothing would be left to find."

sábado, 24 de novembro de 2007

hoje assiti Tokyo-Ga, de Wim Wenders. um documentário em busca da tokyo dos olhos de yasujiro ozu. muito bonito o filme. em alguns momentos me sentia assistindo santiago. tokyo-ga e santiago, de joão moreira salles, além do tom e ritmo da narrativa, têm em comum a clara influência e admiração profunda pela obra de ozu. quero assistir os filmes dele. pelas homenagens, imagino serem de um rigor compositivo visual e uma humanindade profunda.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

peguei o carro do meu pai outro dia e na hora em que liguei o carro, essa música estava tocando e eu chorei.

Bridge over troubled water
Simon and Garfunkel

When you're weary, feeling small,
When tears are in your eyes, I will dry them all;
I'm on your side. when times get rough

And friends just can't be found,
Like a bridge over troubled water
I will lay me down.
Like a bridge over troubled water
I will lay me down.

When you're down and out,
When you're on the street,
When evening falls so hard
I will comfort you.
I'll take your part.
When darkness comes

And pains is all around,
Like a bridge over troubled water
I will lay me down.
Like a bridge over troubled water
I will lay me down.

Sail on silvergirl,
Sail on by.
Your time has come to shine.
All your dreams are on their way.
See how they shine.
If you need a friend

I'm sailing right behind.
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind.
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind.

jogo de cena

o que achei mais incrível nesse filme foi ver como é dificil, ou impossível, sentir a dor dos outros de verdade e pior que isso: não julgá-la. muito foda. muito bom.

a mensagem

essa foi a mensagem de texto mais linda que recebi nesse ano de uma amiga de verdade:

minha amor, te amo e lembre-se de que a vida é maior do que o que acontece aqui na terra. boa noite!

domingo, 18 de novembro de 2007

não consigo concordar com o meu professor do curso de estruturas que diz que o pavilhão do anhembi é mais leve que o MASP tanto estrutural quanto visualmente. eu entendo que o sistema de treliças espaciais permite à cobertura vencer vãos muito maiores com barras esbeltas. mas não é só pela esbeltez de elementos isolados que se define leveza visual ao espaço arquitetônico. aquele emaranhado de barras que compõe as treliças me incomodam demais e são poucos os casos felizes no uso das mesmas na minha opinião. já no MASP, é fato que os pórticos de concreto por serem só dois exigem um dimensionamento nada esbelto para suportar a caixa pendurada e portanto é justo apontar o peso de cada elemento, se analisados isoladamente. Porém a economia de elementos estruturais confere, sim, leveza visual ao conjunto. A delicadeza do MASP está justamente na análise do seu conjunto, o que não acontece no emaranhado das treliças do anhembi. fora que aquele vão livre tem um porquê consciente de praça, de espaço coletivo sob a sombra do museu. é espaço privado protegendo e convidando o público. há algo de singelo naquele vão enorme, que só a economia de elementos estruturais pode conferir. treliças não caberiam jamais nesse discurso, que se se utilizasse delas se tornaria prolixo. na minha opinião menos ainda é mais, mesmo que se precise de mais para fazer menos!





"A tarefa do urbanismo não é projetar a cidade do futuro, mas administrar no interesse comum um patrimônio de valores, (...). Querendo tentar uma definição dessa disciplina flutuante entre estética e sociologia, economia e política, higiene e tecnologia, eu sugeriria a seguinte: o urbanismo é a ciência da administração dos valores urbanos."

Argan - história da arte como história da cidade

peter zumthor



domingo, 11 de novembro de 2007

rien de rien



Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien,
Ni le bien qu'on m'a fait,
ni le mal, tout ça m'est bien égal.

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien,
C'est payé, balayé, oublié,
je me fout du passé.

Avec mes souvenirs,
j'ai allumé le feu,
Mes chagrins mes plaisirs,
je n'ai plus besoin d'eux.

Balayés mes amours,
avec leurs trémolos,
Balayés pour toujours
je repars à zéro...

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien,
Ni le bien qu'on m'a fait,
ni le mal, tout ça m'est bienégal.

Non, rien de rien,
non, je ne regrette rien,
Car ma vie, car mes joies,
Pour aujourd'hui
Ça commence avec toi

sábado, 10 de novembro de 2007

light embryo



by jwala
amo de paixão!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

sobre o tim

o único show a que fui do tim, foi a noite de jazz europeu. a crítica massacrou e num ponto eu concordo: não faz muito sentido separar europeus e americanos nas apresentações de jazz. li em algum lugar que é como se houvesse duas noites de samba: uma brasileira e outra japonesa! hahaha!
enfim, foram quatro shows consecutivos. o primeiro, do quirguistanês (!!!) eldar. menino prodígio do jazz, que foi levado para os EUA para estudar por um mecenas que se encantou com a sua capacidade ainda pequeno na antiga união soviética. a crítica o definiu como virtuoso (não há dúvida), barroco (concordo, mas isso não deveria ser pejorativo e no caso foi) e muito jovem, querendo dizer que ele ainda se empolga demais e se exibe demais. pode até ser. mas que foi incrível, isso não há dúvida e ninguém lembrou de comentar... foi meu show preferido sem dúvida nenhuma. eldar e seu baixista e baterista eram excelentes músicos, quebrando tudo e nos arrebatando o coração. desses shows que te deixam com a certeza absoluta de que o mundo é bom! e isso não tem preço!
o outro show bom foi o último, do saxofonista italiano Stefano DiBattista. mas esse já era esperado que fosse bom. e foi isso, na minha opinião, nada mais do que o esperado, o que não tira o mérito, é claro!
já os dois shows do meio nem vale a pena comentar. o auditório se esvaziou completamente, deixando apenas alguns gatos pingados para assistir ao show do italiano que só começou depois da 1h00 da manhã. wheeeeufhhh.

sobre a mostra...

assisti a apenas 3 filmes esse ano. "les chansons d'amour" e "dans paris" do cristophe honoré e "les voyages du ballon rouge" do Hou Hsiao-Hsien. Os 3 filmes se passam em paris. O filme de Hou Hsiao-Hsien é um filme delicado, desses cuja beleza não te arrebata na saída do cinema, mas nas pequenas lembranças ao longo do tempo. Já os filmes do Cristophe Honoré me arrebataram completamente. Saí do primeiro com uma sede por viver e do segundo não só com sede, mas com o peito fervilhando, um nó na garganta, que não é de choro, mas de certeza de que a vida é uma só e que vivê-la com cada fio de cabelo não deve ser uma fantasia apenas. talvez essa sensação de viver intensamente, apaixonadamente, que os filmes me deixaram, também tenha a ver com o fato de que o louis garrel atue neles! oh la la!
mas falando sério, esses filmes me lembraram desejos e possíveis caminhos que estavam adormecidos em mim. me lembrei, de que eu tinha me esquecido, da minha certeza na necessidade de vivenciar paris para a formação da individualidade em que quero me tornar. lembrei que eu ainda preciso ir pra paris nessa vida! ir de verdade. viver uma janela da minha realidade lá! lembrei que sou apaixonada por paris e como consequência tenho pesquisado os programas de mestrado nas écoles que já tinham me chamado a atenção há alguns anos atrás... e eles me parecem mais interessantes ainda. por enquanto, de concreto mesmo: correr atrás do passaporte e voltar a estudar francês. janela de tempo de 2 anos até qualquer saída pra valer do brasil, então o jeito é se preparar!

estou feliz de comprovar que os sentimentos da vida real podem nascer (ou nesse caso ser resgatados) fora dela.

viva as várias realidades possíveis! viva a sétima arte! (e todas as outras também! e viva paris!!!


(le voyage du ballon rouge - Hou Hsiao-Hsien)


(Dans Paris - Cristophe Honoré)


(Les chansons d'amour - Cristophe Honoré)