terça-feira, 28 de dezembro de 2010

a volta

Assim escrito e depois do ocorrido parece óbvio. Não sou a primeira a pensá-lo, nem serei a última, mas é fato que o tempo (ou um tempo) é imprescindível para nos reconectarmos a pedaços de nós mesmos dos quais nos desconectamos, quando isso acontece. E acontece sempre... quando passamos a viver no automático e não prestamos atenção em quem somos e no que realmente faz sentido para nós: pronto! vamos nos desconectando, desconectando, até que chega um ponto em que parece não sabermos mais o que impulsiona nossas vontades, atitudes, vidas... Às vezes, as angústias, erros, traições são tudo o que sobra e nos prendemos a essas coisas por medo de nos jogarmos em direção ao desconhecido, ao que está por vir. Porém, se agarrar nos aspectos negativos do passado, só para ter no que se agarrar é quase pior que o próprio ocorrido, e assim, um tempo é mais que bem-vindo: um piques - zona neutra - para reorganizar idéias, vontades, mas mais que tudo, sentimentos.

Não há nada melhor e na verdade, um tempo assim - de tudo, de todos, da própria vida antiga - é, no fundo, um luxo, um presente que a Vida, as vezes, nos dá. A beleza é poder continuar vivendo num novo contexto, se redescobrindo, sem as pressões do que foi deixado para trás. Aos poucos, uma vontade de fazer e acontecer vai ressurgindo e, com ela, a vontade de compartilhar.

Esse blog foi criado em meio a uma tempestade interior. Ele representava as coisas sobre as quais eu queria pensar, escrever. As coisas que eu queria viver, e vivia, mas não inteira. É como se eu olhasse para mim de fora para dentro. Naturalmente, ele foi abandonado (por mais ou menos um ano) e agora, novamente senti vontade de escrever, compartilhar. Pensei em começar um novo blog: Novo título, novas estórias... Afinal, me sinto renovada. Tenho a impressão de começar a olhar para mim de dentro para fora. Porém, também reconheço, que mesmo me sentindo renovada, ainda sou a mesma: A vida, enquanto jornada, é a mesma - o mesmo fio condutor. Portanto, nada mais natural do que mudarem as estórias, o tom, o próprio autor, mas não a vida. Assim, fazendo justiça a esse fato, resolvi que o blog será o mesmo, porém novo, diferente: Como eu!

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